Tanta poesia se faz para o livro. Tanta poesia se faz.
E o marcado de páginas continua pra trás. Esquecido.
Mas eu gosto dele, que me acompanha, independente do romance.
Que me protege, se é hora de parar de ler.
Que me localiza no incomunicável mundo de papel.
Eu gosto mesmo é do companheiro, não do herói.
Da segurança do meio, e não da euforia da última página.
Da minha paz que vem com o rumo, no meio do estardalhaço.
Ele é o consolo das histórias que não deveriam terminar
(mais daquelas que parecem não ter fim).
O marcador de páginas, sempre ali:
seja o livro bom, ou ruim; triste ou feliz.
O marcador marca. E ta tudo bem assim.
É o namoradinho da dedicatório, o flerte da orelha.
Ainda que o livro, esse eterno protagonista, talvez seja a invenção mais encantadora desse mundo.
Eu sou do marca páginas
todinha dele
que está ali para não atrapalhar
marcando, por mim.
E fazendo da pausa o eterno reencontro.