Querido Seu G.,
eu me lembro muito bem da primeira vez que eu te vi. Achei o senhor muito charmoso. Na realidade, eu não duvidava disso, dado que a sua filha é a mulher mais bonita que eu já conheci – em inúmeros aspectos.
Senhor G., o senhor, desde que lhe conheço, não ouve muito bem. E, não foram poucas vezes, eu notei que o senhor prefere não ouvir algumas baboseiras que existem por ai. Ta certo o senhor, como sempre. Mas essa sua surdice voluntária me fez ter guardado algumas coisas sem dizer. Agora o senhor foi para um pouco mais longe da gente, mas isso não significa em absoluto que eu o senhor não vai me ler. Eu sei que vai. O senhor lê meu coração. (ao que me consta, o senhor está mais perto da Sra. G. com quem converso há um tempo, um papo bem louco. Coisa de taurina.)
O que eu queria dizer era apenas um obrigado. Primeiro, porque graças ao senhor e a sra. G. eu hoje tenho uma irmã mais velha. Ela é doidinha, passional, exagerada: e eu adoro tudo isso nela. Ela é absolutamente apaixonante: na força daqueles olhos verdes que se molham com a emoção de quem sabe viver cada pedacinho da vida. obrigada, sr. G., pela minha tata.
Graças ao Sr. eu tenho também a sorte de ter reencontrado um pedaço de mim que andava solto, vivendo sozinho. Minha outra metade, minha outra parte, minha extensão da alma: sua filha mais nova. Sem ela, muita coisa nessa vida não teria dado certo. a começar pela minha própria vida, dado que ela sempre cuidou de mim e da razoabilidade das minhas relações: ela me salva do meu próprio gênio ruim.